quinta-feira, 13 de fevereiro de 2014

Clássicos da Literatura em Quadrinhos


É de conhecimento público a afinidade dos quadrinhos com o público jovem, seja por sua linguagem direta, seja pelo encanto promovido pelas associações entre palavra e imagem, seja pela diversidade de seus temas e gêneros. E é justamente a diversidade de temas e gêneros que encontramos na coleção Clássicos da Literatura em Quadrinhos (Editora L&PM). Longe de ser a primeira iniciativa em associar obras da literatura a quadrinhos, esta coleção chega para ampliar as opções no gênero.


A série Edição Maravilhosa da saudosa editora Ebal (Editora Brasil América Ltda) marcou época nos anos 50 e várias iniciativas seguiram a tendência tentando aproximar por meio das Hqs os leitores e as obras clássicas. A medida que esses produtos escoavam iam se aprimorando tanto em linguagem quanto em acabamento gráfico. Algumas adaptações antigas restringiam-se a acrescentar imagens ao texto original que sofria redução e cortes para contemplar o espaço da revista. A percepção de adaptação mudou com o tempo e é possível ver histórias recontadas adequando-se à linguagem própria do quadrinho com suas transições, viradas de página, full pages e outros recursos. Adaptar uma obra requer pinçar o interessante, o cerne das questões, as inquietações fundamentais dos personagens e da trama e enxugar gorduras e detalhes que nublem a obra. Esses critérios, definidos pelo editor e equipe criativa, resultam num novo produto que tem como bússola a obra original. Quadrinhos e Literatura na medida em que se utilizam de recursos distintos para transmitir sua mensagem são coisas diferentes, mas podem sim caminhar juntas.


Além de trazer a magia da imagem com suas cores, cenários e personagens exuberantes a coleção da L&PM apresenta matérias que contextualizam a obra ao final de cada edição. Com isso podemos saber mais sobre o escritor, a obra original, seu tempo e sua história. Os textos redigidos de maneira clara – sem enfeites e alegorias desnecessárias – somados às histórias muito bem contadas, visualmente eficientes, empolgam e fascinam a ponto de gerar a necessária curiosidade a respeito a obra original. Quanto aos autores destes quadrinhos: de forma alguma são Pop Stars como Neil Gaiman ou Jim Lee, mas o resultado de seus trabalhos fala por si. De onde se conclui que uma boa obra em quadrinhos não se faz com nomes famosos, mas com uma narrativa bem construída.

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