quinta-feira, 24 de novembro de 2016

O Cinema da DC no mundo paralelo!



No final da década de 1990, Blade apontou uma certa forma de adaptar quadrinhos para o cinema que agradou bastante gente. Em 2000, Bryan Singer edificou o formato com X-MEN e alçou um vôo mais alto e bem sucedido em 2003, com o lançamento do filme X2. Tendo amargado alguns insucessos, a Warner se mobilizou e em 2005 Batman Begins, literalmente, começou a escalada da Distinta Concorrência...

Naturalmente, o primeiro super-herói dos quadrinhos, Superman, não podia ficar de fora e assim, em 2007, o Homem de Aço foi resgatado diretamente da lendária adaptação dirigida por Richard Donner em 1978. Sim, Superman O Retorno pecou pelo ritmo lento e pelo excesso de reverência ao clássico do final dos anos 1970, mas apresentou Brandon Routh, o Superman de uma nova geração. Em 2008, Batman O Cavaleiro das Trevas, trouxe uma breve sequência (não creditada) que mostrava Clark Kent entre os convidados da festa invadida pelo inesquecível Coringa de Heath Ledger. Por qual motivo, razão ou circunstância o último filho de Krypton não intercedeu a favor de Gotham naqueles dias agrestes? Só teríamos a resposta na sequencia de Superman Returns.

Eis que em 2009, poucos meses antes do fim do contrato de Brandon Routh, era lançado Superman Homem de Aço, longa em que Singer se redimiu, mostrando como, de fato, aprendeu com os erros cometidos dois anos antes. Contrato renovado com Brandon, óbvio! E não há DCnauta ou Marvete que não tenha a luta do herói contra o um robô gigante no seu top five dos melhores combates da história dos quadrinhos no cinema. Cabe lembrar que o roteiro foi inspirado no arco escrito por Geoff Johns e Richard Donner nas páginas de Action Comics, sensacionalmente ilustrado por Adam Kubert em 2006, e a competente interpretação de Jude Law como o General Zod renascido do abismo congelado lhe rendeu uma indicação ao Oscar de Melhor Ator Coadjuvante – mas por seu Lex Luthor, Kevin Spacey merecidamente levou o Oscar de Melhor Ator (Sorry, Mr.Sean Penn). Outros pontos altos do filme foram às aparições de membros da Liga da Justiça e as presenças dos vilões Metallo, Bizarro e Parasita.

O filme do Lanterna Verde foi lançado em 2011, mas nem a produção executiva do quadrinista Geoff Johns, que revitalizou o personagem nos quadrinhos com sucesso de crítica, conseguiu evitar o fiasco. Um filme lastimavelmente esquecível e equivocado.

Mais tarde, foi necessária uma negociação, digamos, “financeiramente obscena”, para que o diretor Cristopher Nolan finalmente integrasse “seu” Batman ao restante do Universo DC, mas a Warner não se arrependeu, lucrando rios de dinheiro em cada estréia. Fãs ávidos por ver seus heróis finalmente reunidos na telona geravam filas quilométricas. Batman O Cavaleiro das Trevas Ressurge, de 2012, logrou um merecido êxito e contou a participação do Superman no ato final do filme.

Encorajada pelo sucesso alcançado nos cinemas, a DC foi para a TV ainda em 2012, pois no dia 10 de outubro ia ao ar pelo canal The CW o primeiro episódio de Arrow. Longe de ser algo escrito no carbono do Nolanverso, a série tomou como referência a fase clássica do Arqueiro Verde realizada por Denny O’Neil e Neal Adams nas HQs. O Oliver Queen interpretado por Stephen Amell encontra bem vindas influências do Robin Hood de Errol Flynn e da versão apresentada na animação Liga da Justiça Sem Limites (2004). Destaque para os episódios com a participação de Hal Jordan, que, apesar do orçamento enxuto em relação ao filme do Lanterna Verde, redimiram o personagem/ator, novamente interpretado por Ryan Reynolds.




2013 representou o ano da consolidação definitiva do Universo DC no cinema com o lançamento de LIGA DA JUSTIÇA. Embora muitos fãs tenham se queixado do tom escuro, sombrio e taciturno do filme, cortesia do diretor Zack Snyder, não faltaram sequências de ação únicas, e sob a batuta do roteiro bem construído pelos maestros Bruce Timm e Paul Dini, dupla responsável pelas adaptações sempre bem sucedidas do universo animado da editora. Pontos fortes: Idris Elba como Lanterna Verde, Henry Cavill como Capitão Marvel e Amy Adams como Mary Marvel. Sem mais sobre o assunto!



Além de novas temporadas das séries em andamento, outras duas investidas da DC estavam guardadas para a TV em 2014: as séries The Flash e Gotham. No caso do Velocista Escarlate, a nova saga teve como ponto de partida o seriado estrelado por John Wesley Shipp nos anos 1990, e todos sentiram uma grata surpresa com o Wally West interpretado por Gustin Grant se mostrando um digno herdeiro do legado de Barry Allen. Já em Gotham, a idéia de mostrar o dia a dia (ou noite a noite se preferir) do Departamento de Polícia da perigosa cidade do Cavaleiro das Trevas teve o mesmo impacto e sucesso do seriado Nova York Contra o Crime em seu tempo – comparações com NYPD Blue foram inevitáveis dada a premissa da série – e Ben McKenzie vem se destacando na interpretação do filho de James Gordon.

Com as séries mantendo os fãs entretidos de temporada para temporada, ano após ano, a DC/Warner preparou para 2016 seu evento de maior porte com o lançamento de LIGA DA JUSTIÇA 2! A série Legends of Tomorrow, protagonizada pelo Superman/Brandon Routh na companhia de outros heróis oriundos de aparições na TV preparou o terreno devidamente para o lançamento do filme, novamente dirigido por Zack Snyder, que infelizmente repetiu alguns erros cometidos em 2013, como as cenas demasiado escuras, mas que ainda teve o mérito de reunir um time de personagens das versões live action de forma competente para uma grande aventura, cuja dimensão nas bilheterias foi simplesmente astronômica. Pontos fortes: Gal Gadot como Mulher Maravilha (uma estréia aguardada com expectativa há tempos) e Ben Affleck como o veterano Pantera.  

E assim poderia ter sido o Universo DC nos cinemas e na TV, mas a Warner não viu que isso era bom...












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